Reflexão para a Solenidade da Epifania do Senhor

Na nossa liturgia, esta comemoração está intrinsecamente unida à Epifania, ou seja, à manifestação de Jesus Cristo a todos os povos. Cidade do Vaticano Comemora-se neste primeiro domingo do ano, dia 6, a Solenidade da Epifania do Senhor ou “Dia de Reis”, a festa dos Reis Magos. Na nossa liturgia, esta comemoração está intrinsecamente unida à Epifania, ou seja, à manifestação de Jesus Cristo a todos os povos. Contudo, para facilitar a celebração deste mistério tão importante, a sua festa litúrgica passou a ser celebrada no domingo após a solenidade de Maria, Mãe de Deus. Mas, quem são os Reis Magos? Vamos procurar responder a essa pergunta estudando os Evangelhos e pesquisando em inúmeros documentos. Em primeiro lugar, o relato de São Mateus não é uma reconstituição histórica do que de fato aconteceu, pelo menos não foi essa sua intenção. O Evangelista e sua comunidade original quiseram mostrar que o Messias não veio para salvar uma pátria, mas todo o mundo. Mateus escreveu para os judeus cristianizados, quis mostrar que Jesus é o descendente de Davi e que sua missão é oferecida aos pagãos. Não parece verdadeiro que toda Jerusalém tenha ficado alarmada e nem que Herodes tenha convocado todos os sumo sacerdotes e nem que tenha permitido aos magos prosseguirem em seu caminho. Também não deve ser verdadeiro que a estrela tenha seguido um curso contrário às leis naturais. Não se deve buscar uma explicação segundo as leis da astronomia.Quanto aos “Reis Magos”, o texto evangélico não fala em três, mas em “magos do Oriente”. No século III, Orígenes fala em três, provavelmente por causa dos três presentes: “ouro, incenso e mirra”. Já São João Crisóstomo, no século IV, fala em 12. Em algumas catacumbas encontramos os números 2 e 4. Os nomes dos Reis Magos, - Melchior, Gaspar e Baltasar -aparecem em um manuscrito do século V. Segundo Heródoto, os “magos” pertenciam a uma tribo dos medos, que se transformou numa casta de sacerdotes entre os persas e que praticavam a adivinhação, a medicina e a astrologia. Provavelmente Mateus pensa em astrólogos oriundos da Babilônia. Para os judeus, “Oriente” era toda a terra que se estendia além do Jordão. Devido aos presentes oferecidos ao Menino, a tradição cristã considerou os magos oriundos da Arábia, o país do incenso. Já em Isaías (60,6), temos referências aos presentes levados por eles.Flávio Josefo, um grande historiador judeu, relata histórias semelhantes de estrelas que surgiam quando nascia pessoa destinada a uma grande missão. Por isso, a reação de Herodes, e muito provável. Mas essa história da estrela já surgiu no livro de Números (24, 17.19), 1.200 anos antes do nascimento de Jesus: “Eu o vejo, mas não é algo que acontecerá em pouco tempo; sinto-o, mas não está perto: uma estrela desponta da estirpe de Jacó, um reino, surgido de Israel, se levanta... Um rebento de Jacó dominará sobre seus inimigos”. Então, em quem vamos acreditar? O relato de Mateus deve ser compreendido à luz da intenção teológica do evangelista, o qual não pretendeu escrever um relato histórico, mas mostrar o significado salvífico do nascimento de Jesus: ele veio para todos os homens, como a luz. Ao ser acesa, ilumina a todos, indistintamente. Reflexão do Pe. Cesar Augusto dos Santos

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